Tudo que você precisa saber sobre o mosquito da dengue

Embora atualmente seja encontrado em quase todos os países da América Latina, este pequeno inseto não é nativo. Ele chegou há séculos, vindo de outro continente.

O mosquito é, especificamente, originário da África, por isso seu nome significa “odioso do Egito”. E há muitas décadas vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais em todo o mundo. E teve que passar por um importante processo de adaptação para coexistir com os seres humanos no ambiente doméstico. 

Para chegar ao continente norte-americano, o mosquito responsável pela transmissão da dengue fez uma extensa viagem nos navios que aportaram neste território séculos atrás. No passado, o mosquito vivia na África subsaariana, onde usava troncos ocos de árvores como seu habitat larval e se alimentava do sangue de animais (e não de humanos).


O trabalho, publicado em 2013 na revista acadêmica” Memórias do Instituto Oswaldo Cruz”, aponta que é possível que o Aedes aegypti tenha sido introduzido nas Américas logo após a chegada dos europeus.

Um fato que comprova isso é que a febre amarela já era conhecida na África subsaariana muito antes de 1400, mas não nas Américas. Neste território, relata o jornal, o primeiro surto confirmado da doença ocorreu em Yucatan, em 1648, embora casos possam ter sido registrados no Haiti já em 1495.

Naquela época, navios de Portugal e da Espanha navegavam para a África Ocidental para fazer o comércio de pessoas escravizadas e levá-las para as Américas, onde adquiriam mercadorias para serem levadas de volta a Portugal e à Espanha.

"Esses navios levavam várias semanas para atravessar o Atlântico, por isso, era necessário estocar alimentos e água para a viagem". Assim, , eram enchidos barris com água, nos quais as larvas eram transportadas.

Em suma, o mosquito que atualmente está colocando a população latino-americana em alerta não é local, mas chegou ao continente por meio de transporte intercontinental.


Um dos motivos que desencadeou a infestação de mosquitos nos grandes centros urbanos foi o aumento da temperatura e a intensidade das chuvas, que favorecem os criadouros, gerando mais mosquitos. “O aumento de pessoas infectadas circulando nas ruas favorece uma maior quantidade de fêmeas infectadas e facilita a disseminação do vírus. Outros fatores como a falta de saneamento básico e o aumento da população urbana contribuem também para o aumento da quantidade de mosquitos e dos vírus nos centros urbanos.

Aedes aegypti mede menos de um centímetro e tem listras brancas no tórax, cabeça e pernas. A fêmea é a responsável pela transmissão das doenças, porque precisa de sangue para a maturação dos ovos. Em geral, mosquitos sugam uma só pessoa a cada lote de ovos que produzem. Mas o mosquito da dengue tem uma peculiaridade chamada “discordância gonotrófica”, que significa que é capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. Segundo o Instituto Oswaldo Cruz, há relato de que um só mosquito transmitiu a doença para cinco pessoas de uma mesma família, no mesmo dia.

O ciclo de vida do mosquito contém quatro fases: adultos, ovos, larvas e pupas. Em condições ideais, leva de 7 a 10 dias para que o ciclo de vida se complete. Os adultos vivem em média de 30 a 45 dias. Por isso, interromper este ciclo com a fiscalização caseira semanal é fundamental.


O diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do DF (Dival/SES-DF), Jadir Costa Filho, detalha que o ovo de Aedes aegypti pode sobreviver por mais de um ano nos depósitos, aguardando as condições ideais para seu desenvolvimento. “Os centros urbanos brasileiros possuem características ambientais propícias para seu desenvolvimento, com condições climáticas ideais de temperatura e chuvas, além das grandes aglomerações criarem muitos resíduos para a reprodução do inseto”, reforçou.

Entre os depósitos predominantes, vasos e frascos com água, prato, pingadeira, recipiente de degelo de refrigeradores, bebedouros, pequenas fontes ornamentais encabeçaram a lista.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista (RR), causada pelos sorotipos 1 e 4. Após quatro anos, em 1986, ocorreram epidemias no estado do Rio de Janeiro em algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo de forma continuada (endêmica), intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas à introdução de novos sorotipos em áreas indenes (sem transmissão) ou alteração do sorotipo predominante, acompanhando a expansão do mosquito vetor.

Todas as faixas etárias populacionais são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.

Como evitar

A melhor maneira de evitar a dengue é combater a proliferação do mosquito, acabando com reservatórios de água parada. É necessário que cada um faça um trabalho constante de vigilância em sua residência.

A vacina contra a dengue também é uma maneira eficaz de prevenção da doença. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. De acordo com o Ministério da Saúde, o público-alvo em 2024 são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina ainda não foi liberada pela Anvisa. No DF, esta população é estimada em 194 mil pessoas.

Sintomas

‌Entre os principais sintomas da dengue estão febre acima de 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Você sabia?

Existem insetos predadores naturais de formas imaturas e adultas do Aedes aegypti, como a libélula. Já alguns tipos de peixe predam as larvas, além de microcrustáceos.

Veja outras curiosidades sobre o mosquito:

· Dentro de casa o mosquito é mais encontrado em locais sombreados, com pouca circulação de ar.

· Eliminar criadouros é algo que todos podem fazer em casa: trocar a água e esfregar as paredes de recipientes uma vez por semana, desobstruir calhas, virar garrafas com a boca para baixo, vedar tonéis e tampar caixas d’água, trocar a água que fica empoçada dentro das plantas (principalmente bromélias) no mínimo uma vez por semana.

· O veículo “fumacê” passa quando existem casos comprovados de dengue no local com objetivo de bloquear a transmissão pelas fêmeas infectadas de Aedes aegypti. Os moradores devem abrir as janelas e portas para que o inseticida tenha maior eficácia.

· A dengue não ocorre apenas no Brasil, há registro da doença em diversos países das Américas, além da África, Ásia, Austrália e Polinésia Pacífica.



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