Benefícios do Repolho Roxo
Pertencente à família Brassicaceae, é parente da couve comum, bem como couve-flor, couve-chinesa, brócolis e rabanete. Seu plantio requer solo úmido e fértil que tenha boa drenagem, além de se desenvolver melhor em temperaturas amenas. Sua colheita se dá de 110 a 130 dias após o plantio.
Ao longo de 2023, 4.479 toneladas de repolho roxo deram entrada no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), com 95,4% desse total vindo do estado de São Paulo, complementado por 2,8% oriundos de Santa Catarina, 1,1% de Minas Gerais e 0,7% do Paraná, com os meses de sazonalidade alta no período de outubro a maio. A prevalência paulista reflete-se também no ranking de municípios (toneladas):
- Ibiúna (SP) (2.400,92, ou 53,6%);
- Piedade (SP) (1.138,52, ou 25,4%);
- Pedra Bela (SP) (252,96, ou 5,6%);
- Pilar do Sul (SP) (181,70, ou 4,1%);
- Cotia (SP) (125,60, ou 2,8%);
- Urubici (SC) (87,62, ou 2,0%).
Além da cor, derivada do pigmento antocianina presente nas folhas, o repolho roxo tem folhas que podem ser lisas ou crespas e seu sabor é ligeiramente adocicado, intensificando-se após o cozimento. Em comparação ao repolho verde, possui maior concentração de vitaminas, como C e K, e minerais, como cobre, fósforo, manganês e potássio. Rico em antioxidantes, destaca-se por sua quantidade de zeaxantina e luteína, que ajudam na visão.
A nutricionista Ana Amélia Cavarzeri, Coordenadora da Unidade de Alimentação e Nutrição do Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence, explica que os alimentos roxos são ricos em ácido elágico, uma substância que evita o envelhecimento precoce e diminui o risco de formação de células cancerígenas. “Além do ácido elágico, outras substâncias que também podem prevenir o câncer e estão presentes nos alimentos roxos são o resveratrol e as antocianinas, que podem atuar no controle da glicemia, melhora da resistência à insulina, têm efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e ainda atuam no controle de peso. Isso porque regulam as células gordurosas”, destaca a nutricionista.
A substância responsável pelo tom roxo das folhas é o betacaroteno, ótimo para problemas de visão. “Por isso, é indicado que este grupo de alimentos seja consumido principalmente por idosos, já que ajuda a prevenir doenças como glaucoma e catarata”, lembra Ana Amélia. Esses roxinhos também são ricos em flavonóides, um fitoquímico muito importante para manter as células saudáveis.
O repolho, especialmente a variedade roxa, é uma fonte valiosa de antioxidantes, como a vitamina C e antocianinas. Esses compostos combatem os radicais livres, protegendo as células do corpo contra o estresse oxidativo e o envelhecimento precoce. O consumo do repolho contribui para a proteção celular e o fortalecimento do sistema imunológico.
O repolho roxo possui uma alta concentração de antocianinas, que lhe conferem uma capacidade antioxidante superior a outros vegetais crucíferos. Esses compostos fenólicos atuam como potentes varredores de radicais livres, protegendo o DNA e as membranas celulares de danos oxidativos.
Repolho roxo: pouco calórico, ótima fonte de vitamina C e rico em fibras. Ajuda a fortalecer o sistema imunológico e, por conter selênio, favorece uma pele saudável. Também é cicatrizante e combate gripes e resfriados. O repolho roxo tem mais vitamina C e fósforo do que as versões verde e branca.
Para aproveitar os benefícios do repolho, consuma-o cru em saladas ou fermentado, como no chucrute, para obter probióticos benéficos. O repolho cozido no vapor ou em sopas também é uma excelente opção.
Além de poder ser comido cru, é também componente de diversas receitas, podendo fazer parte de saladas, sanduíches ou cozido a vapor. Ocupa posição de destaque em culinárias como a russa, na qual faz parte de ensopados, sobremesas e sucos, enquanto na Ásia acompanha frituras, uma vez que suas fibras ajudam a eliminar as gorduras desse tipo de preparo. No Oriente médio, pode ser usado para o chamado charuto, enrolando um recheio feito com outro tipo de comida.
O ato de cozinhar os vegetais leva necessariamente à redução do teor de compostos bioativos e da atividade antioxidante? Existe uma forma de preparo ideal, capaz de melhor preservar as propriedades funcionais desses alimentos?
A conclusão a que chegamos até o momento é que não há uma regra válida para todos os alimentos. Depende, por exemplo, se o composto é solúvel em água, como as antocianinas, ou se é lipossolúvel, como os carotenoides. Da forma como está armazenado no vegetal, que no caso de carotenoides pode ser cristaloide, globular-tubular ou de cristal líquido. Se está ligado a outras moléculas, como proteínas, que são desnaturadas pelo calor durante o preparo, podendo facilitar a extração. Depende ainda da textura do alimento, do teor de água e de fibras. Não é possível dizer que um determinado tipo de processamento é melhor para todos os vegetais, assim como não dá para afirmar que é sempre melhor consumir o alimento cru.
No repolho roxo, como o teor de carotenoides é naturalmente baixo, a diferença não foi significativa. Em relação às antocianinas (pigmentos do vermelho-alaranjado, ao vermelho vivo, roxo e azul) do repolho, o cozimento a vapor até mesmo favoreceu a extração dos compostos em laboratório, proporcionando aumento significativo do teor desses compostos.
Como o repolho tem alto teor de fibras, a extração dos compostos é mais difícil quando a folha está crua. O cozimento a vapor promoveu o abrandamento do tecido, favorecendo a extração. Podemos inferir que o mesmo ocorre em nosso organismo, ou seja, o cozimento faz com que esses antioxidantes do repolho fiquem mais biodisponíveis para o processo digestivo. Mas, como as antocianinas são solúveis em água, devemos evitar o cozimento por imersão, pois ocorre uma grande perda durante o processo.
Para conservá-lo, lembre-se de que em temperatura ambiente dura menos de uma semana, com o murchamento começando pelas folhas externas. Para que ele dure mais, deve ficar refrigerado e acomodado em saco plástico, condição em que passa a durar várias semanas. Caso ele já tenha sido picado, deve ser embalado em vasilha tampada, durando até cinco dias dentro da geladeira. Caso se deseje congelar essa verdura, corte a cabeça do repolho em quatro parte ou em tiras finas, sempre acomodando-as em sacos plásticos a vácuo.

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