Proptose / Prolapso do globo ocular em cães e gatos (exoftalmia) - doença do olho que sai da órbita
A maioria dos cães afetados são braquicefálicos (focinho curto), podendo ocorrer após traumas leves devido as características anatômicas destes animais. Já em raças dolicocefálicas (focinho comprido), a proptose está relacionada a traumas graves. Em gatos, o espaço retrobulbar (localizado atrás do olho) é limitado em comparação ao dos cães, sendo assim, a proptose está associada a traumas severos. A condição é considerada emergência cirúrgica e a manutenção da visão pode ser determinada pelo reposicionamento rápido do olho pelo(a) médico(a) veterinário(a).
A perda da visão pode ocorrer em 60 a 70% dos cães e em até 100% dos gatos. Após o reposicionamento do olho, os animais podem apresentar estrabismo, além de outras sequelas como lagoftalmia, perda de sensibilidade, ceratoconjuntivite seca, ceratite, glaucoma e phthisis bulbi. O trauma em um olho pode afetar o olho contralateral devido o nervo óptico de ambos olhos serem unidos numa área chamada quiasma.
A retirado do olho pode ser considerada nos casos onde ocorreram danos no suprimento sanguíneo, extrusão e comprometimento das estruturas internas ou quando o aumento de volume da região ao redor do globo impede o reposicionamento.
Tratamento do prolapso do globo ocular em cães e gatos
As proptoses do globo ocular em cães e gatos são emergências. Durante a proptose, ocorre estagnação da drenagem venosa do sangue, glaucoma e necrose da retina, entre outras lesões. Por isso, a sobrevivência do globo ocular e a recuperação da visão estão dependentes no tratamento rápido do prolapso do olho.
Em caso de prolapso de olho em cães, deverá levar o seu animal urgentemente à clínica veterinária. Durante a viagem para a clínica, deverá manter o olho limpo e húmido passando soro fisiológico e cobrindo-o com uma toalha ou gaze húmida.
Quando o animal chegar à clínica veterinária, será avaliado. O diagnóstico faz-se pela observação e palpação dos tecidos à volta do olho. Ainda poderá ser necessário radiografias para avaliar a extensão das lesões por trauma, exame oftalmológico para avaliar a integridade das estruturas do olho (por vezes não é possível realizar) e análises ao sangue. Após o diagnóstico, o médico veterinário irá discutir as opções de tratamento.
O tratamento da exoftalmia em cães e gatos é por reposicionamento cirúrgico do globo ocular na órbita. O olho deverá ser recolocado na órbita rapidamente se o animal se encontra estável, de forma a preservar a sua função. O reposicionamento pode implicar um corte nas pálpebras para permitir a recolocação do olho na órbita. As pálpebras poderão ser suturadas no canto de forma a prenderem o olho na órbita durante a recuperação (tarsorrafia).
O tratamento ainda incluí antibióticos para prevenir infeção, entre outros medicamentos. Antibióticos tópicos, como colírios de cloranfenicol, devem ser usados no olho, em conjunto com antibiótico e anti-inflamatórios por via sistémica (comprimido ou injetável). Ainda poderá ser administrada colírios de atropina para reduzir a pressão intraocular e dor.
Em alguns casos de prolapso ocular em cães e gatos não é possível fazer o reposicionamento do globo. Estes incluem casos com destruição dos tecidos do olho ou auxiliares, necrose, infeção grave ou outras complicações irreversíveis. Nestes casos deverá ser realizada a enucleação (remoção do globo ocular). Em alguns casos, opta-se por manter o olho apenas por motivos estéticos se a patologia não comprometer a saúde do animal.
Prognóstico do prolapso do globo ocular em cães e gatos
O prognóstico é dependente na severidade da lesão, conformação, condição do olho e tratamento rápido. Apesar do prognóstico ser reservado, o olho é geralmente salvo e a visão apenas recuperada em metade dos cães. Em geral, cães braquicefálicos têm melhor prognóstico. Algumas sequelas do prolapso do olho após tratamento incluem estrabismo, perda de visão, ceratoconjuntivite seca e glaucoma, entre outros.
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